24 de abr. de 2014

DIÁRIO DE SANTA MARIA.FABRÍCIO CARPINEJAR

24/04/2014 | N° 11978

EDUCAÇÃO

O segredo é reagir com bom humor

Fabrício Carpinejar ensina estudantes a lidar com bullying

A manhã de ontem foi de risos e aplausos no Instituto de Educação Olavo Bilac. A descontração e as brincadeiras deram o tom leve e divertido para um tema sério: o bullying. E o escritor Fabrício Carpinejar – também conhecido, na infância, como Panqueca, Morcego e Placenta – foi o escolhido para discutir o tema com os alunos das turmas de 3º ano do Ensino Médio, do curso normal e do politécnico das escolas Maria Rocha e Olavo Bilac.

Carpinejar, que durante sua infância e adolescência carregou também a alcunha de aspirador de pó, superou o medo e a vergonha dos apelidos ainda jovem e conta como conseguiu essa proeza no livro Filhote de Cruz-Credo: A Triste História Alegre de Meus Apelidos. Assim como fez na obra literária, ontem ele relatou suas experiências aos alunos. A palestra integra o programa Educar sem Discriminar, das secretarias de Educação e de Justiça e Direitos Humanos do Estado. A principal lição que o autor deixa é de reagir sempre com bom humor e não se deixar abalar em casos de bullying.

– Vim mostrar que a linguagem, assim como a poesia e o humor, também podem desarmar o bullying. Temos que exibir e preservar as diferenças e mostrar que a gentileza nunca é em vão – explica o escritor.

Durante o encontro, Carpinejar contou que, no início, tinha vergonha e procurava fugir dos colegas. Ele lembra que fazia um caminho mais longo para a escola – uma estratégia para evitar encontrar outras crianças. Outro drama era a hora do recreio, quando o pequeno Carpinejar se isolava e preferia manter a distância dos colegas.

– Eu fazia o meu próprio bullying quando fugia do recreio ou escolhia o caminho mais longo. Eu tinha vergonha da minha própria família, porque eles poderiam perguntar os motivos pelos quais meus colegas me chamavam de Freddy Krueger, e eu teria que explicar. Até que eu vi que eu poderia responder o apelido. É preciso fugir do sofrimento. A pessoa que vai te ofender nunca espera receber uma resposta – recomendou o escritor aos alunos.

Bianca Cevero, 17 anos, aluna do 3º ano do Maria Rocha, conta que já era fã de Carpinejar e que aprovou as recomendações:

– Estou achando ótimo, dá para ter uma visão de como a gente pode lidar melhor com este assunto.

Thailine Becker, 17 anos, também aluna do Maria Rocha, lembra que o tema é sempre interessante, e a forma engraçada e os conselhos de Carpinejar, além da forma descontraída, deixaram os alunos mais atentos para a discussão.

– É um tipo de assunto que tem que debater, porque quem geralmente sofre bullying não relata os problemas. Assim, o pessoal se solta mais, na brincadeira – avaliou a estudante.
GABRIELA PERUFO|GABRIELA.PERUFO@DIARIOSM.COM.BR

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